Da Capo
A compositora Anne Victorino d’Almeida venceu o Prémio Internacional de Composição Darcos 2023, organizado pela Temporada Darcos.
A primeira edição deste concurso contou com a participação de vários jovens músicos, que apresentaram obras com o ponto de partida no efetivo musical das Cinco canciones para ensemble y voz emocionada, op.68, de Eurico Carrapatoso (n.1962).
As duas obras finalistas - Acho tão Natural que não se pense, da autoria de Anne Victorino d’Almeida, que conquistou o primeiro lugar; e Na Tchasi (Em tempo), da autoria de Evgeni Orkin, que ficou em segundo lugar, foram interpretadas pelo grupo Ensemble Darcos e pela meio-soprano Carolina Figueiredo, num concerto com direção musical de Nuno Côrte-Real, no passado dia 14 de julho.
O Prémio Internacional de Composição Darcos terá a sua segunda edição no próximo ano.
Nascida em França em 1978, Anne Victorino d'Almeida é violinista, compositora e professora no Conservatório Nacional, no qual foi diretora adjunta de 2017 a 2019.
Filha mais nova de António Victorino d’Almeida e Sybil Harlé, começou a ter aulas de violino em 1986 na Fundação Musical dos Amigos das Crianças. Licenciou-se em 2003 na Academia Nacional Superior de Orquestra e, em 2004, frequentou e concluiu o primeiro ano de direção de orquestra na Academia Superior de Orquestra. Foi igualmente orientada, após a sua licenciatura, por António Anjos.
Toca regularmente com diversas orquestras nacionais, destacando-se a Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Gulbenkian e Orquestra Sinfonietta de Lisboa entre outras.
Enquanto compositora, iniciou a sua carreira obtendo o prémio de melhor proposta musical no concurso "Teatro na Década 97". Compôs igualmente a música de diversas peças encenadas no Instituto Português da Juventude, Teatro da Comuna e Teatro da Trindade. Em 2006, compôs a banda sonora do documentário "Cartas a uma Ditadura" realizado por Inês de Medeiros, exibido em diversas salas de cinema do país e estrangeiro, assim como a banda sonora da curta-metragem “Stroke” de Sofia de Botton.
Em 2014, escreveu a banda sonora e o argumento da curta-metragem “A Carruagem”, realizado por João Vasco, premiado com uma menção honrosa no Concurso de Vídeo do Inatel e vencedor em 2015 do Grand Prix Cinérail em Paris. Várias das suas obras são anualmente peças obrigatórias em diversos concursos. Foi compositora residente do Festival Gravíssimo!, edição 2017, 2018 e 2019, e compositora residente da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras em 2018.
Como membro fundador do Quarteto Lopes-Graça de 2005 a 2014, atuou com grande frequência nas maiores salas portuguesas e estrangeiro, destacando-se Andorra, em 2008, e Brasil, em 2013, na Oficina da Música em Curitiba, em Sorocaba e Brasília. Com esse quarteto, gravou em 2008 o CD Música Portuguesa para Quarteto com obras de António Victorino d’Almeida e Fernando Lopes-Graça, recebendo com esse disco o Prémio Autores SPA.
É membro fundador do Quarteto Camões e do trio Rumos Ensemble, criado em 2015 tendo atuado no Brasil, Alemanha, Namíbia, África do Sul, Estados Unidos, Cuba, França, Suíça, Tunísia, Cabo Verde, Dinamarca, Grécia, Bulgária, Espanha e China.
Orientou diversas masterclasses no território nacional e no estrangeiro, destacando a Escola Portuguesa em Maputo (Moçambique) em 2011 e 2012, a Oficina da Música de Curitiba (Brasil) em 2013 e a Cidade de Praia (Cabo Verde) em 2017. Lançou em 2019 o CD duplo “A Sombra dos Sentidos” com obras de câmara de sua autoria com etiqueta AvA Musical Editions, apoiado pela SPA e GDA, sendo-lhe atribuído em 2019 o prémio Harvey Philips Award em Iowa (EUA) com a obra “Contos&Improvisos”.
Em 2019 orquestrou o genérico do Telejornal da RTP, interpretado pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, cuja obra venceu o prémio de prata do “Prémio Marketing, Autopromoções e Inovação - Meios e Publicidade” e em 2020 compôs os separadores da RTP2 no ar desde o dia 25 de abril deste ano.
Foto: João Vasco