Beatriz Baião vence PJM em Flauta

“Com esforço e dedicação, tudo se consegue!”

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Sandra Bastos

Foi à primeira tentativa que Beatriz Baião ganhou o 1º prémio do PJM (Prémio Jovens Músicos), nível médio, em Flauta. “O PJM é um concurso muito prestigiado e é um grande apoio e investimento na carreira de gente nova, e nós só temos que agradecer muito por termos oportunidades como esta. Dá um grande impulso para podermos mostrar o nosso trabalho. E claro, espero que seja um concurso que dure por muitos anos, de maneira a continuar a dar oportunidades magníficas a jovens talentos!”.

 

Para trás ficaram horas e horas de trabalho: “toda uma preparação contínua desde a fase de DVD até á fase final do concurso. Houve muito trabalho e muita dedicação durante o período de férias, muitas aulas também. E alguns recitais para rodar o reportório, que foram, sem dúvida, essenciais para uma melhor prestação a cada fase do concurso”.

 

Para Beatriz o pior são os momentos antes de entrar em palco: “são terríveis, porque se torna impossível de controlar os nervos e é muito difícil conseguir conciliar as emoções do momento. A outra parte muito complicada, é ver os meus (nossos) amigos a ‘não passar á fase seguinte’ à medida que o concurso vai avançando”.

 

Mas também há momentos inesquecíveis: “cada fase do concurso que vamos ultrapassando é uma vitória e isso torna-se muito gratificante para nós. Mas sem dúvida que o momento mais emocionante foi quando foram anunciados os resultados finais do concurso. Senti que o trabalho que houve até ali foi de todo recompensado, e que valeu muito a pena todo o esforço, todo o estudo, e até todas as horas de desmotivação que por vezes são inevitáveis na fase de preparação”.

 

“a maior recompensa que posso ter é sair do palco com a sensação de que dei o meu máximo”

“Percebi que era isto que queria fazer para toda a vida por volta dos 13 anos, e desde então, comecei a lutar por isso e a trabalhar cada vez mais, para tentar sempre ultrapassar cada objectivo”, diz Beatriz Baião. Nesta luta tem sido fundamental o apoio da mãe, da irmã, dos amigos e, sobretudo, da professora Ana Maria Ribeiro: “está sempre disposta a dar aulas e aulas, que se entrega aos alunos com tudo o que tem, e que me ensina a ser uma pessoa melhor a cada conversa que tem comigo. É sem dúvida, uma amiga, pessoa e professora incrível. Porque sem ela nada disto seria possível, e eu espero um dia conseguir agradecer-lhe por tudo!”.

 

A jovem flautista vai continuar a trabalhar, a estudar, a fazer música da melhor maneira e a dar o máximo sempre que sobe ao palco. “Porque, sem dúvida, a maior recompensa que posso ter é sair do palco com a sensação de que dei o meu máximo, e que consegui transmitir algum sentimento a quem estava a ouvir!”, sublinha.

 

“Porto ou Lisboa nunca terão a dimensão de grandes cidades como Londres ou Viena”

Nos seus planos está também a possibilidade de estudar no estrangeiro, “não por Portugal não ter bons professores, mas porque lá fora temos diferentes e melhores oportunidades de fazer música, no sentido em que Porto ou Lisboa nunca terão a dimensão de grandes cidades como Londres ou Viena, a nível de grandes salas de espetáculo por exemplo. E porque há imensos países no estrangeiro em que a aposta na cultura é muito maior”.

 

Destaca o exemplo o mais recente projecto dos músicos portugueses no estrangeiro, a Orquestra XXI: “coloca o panorama da música erudita num patamar cada vez mais elevado na cultura do nosso país. Mas claro que é preciso haver consciência por parte dos governantes para entender que devem apostar muito mais na música erudita e na cultura em geral”.

 

Beatriz vê uma nova geração de músicos portugueses "com vontade de aprender e de lutar pelos seus objectivos, uma geração cheia de talento, e que tem boas condições para voar alto. Com esforço e dedicação, tudo se consegue!”.

 

Beatriz da Silva Baião

Nasceu em 17 de Março de 1997 e iniciou os seus estudos musicais aos 10 anos. 

Aos 11 anos ingressou, no Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian, onde frequenta a classe da professora Ana Maria Ribeiro. Trabalhou com os professores Jorge Correia, Angelina Rodrigues, Eva Morais, Philippe Bernold e Felix Renggli; e em orquestra sob direção dos maestros Pedro Neves, Paulo Martins, Javier Vicero, Jean-Sébastion Béreau, entre outros.

É vencedora do Concurso “Prémio Jovens Músicos” no ano de 2013. Já foi premiada em vários concursos nacionais e internacionais tais como: Concurso “Jovem.com”; Concurso Nacional de instrumentos de Sopro “Terras de La-Salette”; Concurso Internacional de instrumentos de Sopro “Terras de La-Salette”; Concurso Luso Galaico “Albertino Lucas”; Concurso “Flautamente”; Concurso “Marília Rocha”; Concurso “Santa Cecília”; Concurso Interno do Conservatório de Música de Aveiro.

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