Horácio Ferreira, Jovem Músico do Ano 2014

“não há sistemas de incentivo para os jovens em início de carreira”

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Sandra Bastos

  • Horácio Ferreira
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É já um veterano dos concursos, não obstante a jovem idade - 25 anos. Só este ano foi laureado com o 2º Prémio Exaequo no 16º Concurso de Interpretação do Estoril e foi distinguido com o prémio "Le Prix Universal Music Publishing"- melhor interpretação da obra "Première Rhapsodie" de Debussy no Concours Debussy - International Clarinet Competition, em Paris. Venceu o PJM Clarinete, nível superior e o Prémio Maestro Silva Pereira/Jovem Músico do Ano.

 

 

“sinto este prémio como o expoente máximo do meu trabalho e daquilo que tenho ambicionado”

 

No PJM, Horácio Ferreira foi também o vencedor de Clarinete, nível médio, ao qual se junta agora o 1º Prémio, desta vez, nível superior: “É o concurso em Portugal que tem mais visibilidade bem como uma repercussão a nível artístico bastante elevada, podendo com isso, ter outras oportunidades que até então não surgiram”.

 

Espera mais oportunidades mas sabe que o PJM não irá alterar a sua carreira: “Digamos que foi mais um passo de afirmação e consolidação uma vez que já tenho vindo a marcar o meu percurso há vários anos nos mais diferentes concursos”.

 

Vencer o Prémio Maestro Silva Pereira/Jovem Músico do Ano foi “um momento muito especial”, que jamais esquecerá: “O sentimento ao saber que fui eu o escolhido foi de uma enorme alegria, satisfação e motivação. Com este prémio tenho a possibilidade de fazer mais concertos inerentes ao PJM e ainda, como já está a ser repercutido, abriram-se novos horizontes onde tenho a possibilidade de ser mais conhecido e assim fazer outros projectos um pouco por todo o país, desde concertos a solo, diferentes projectos de música de câmara, recitais, bem como ser orientador de master classes”.

 

“Posso concluir que sinto este prémio como o expoente máximo do meu trabalho e daquilo que tenho ambicionado fazer pela minha carreira enquanto músico”, sublinha.

 

 

 

“é cada vez mais necessário ir para o estrangeiro”

 

E não é preciso ir estudar para fora para se fazer carreira: “Há excelentes músicos em Portugal que se afirmam no estrangeiro sem nunca terem estudado lá fora”. No entanto, “com a escassez de oportunidades que existem em Portugal e com as lacunas que existem no sistema de ensino superior artístico é cada vez mais necessário ir para o estrangeiro”.

 

O próprio Horácio é disso exemplo - está actualmente a estuda na Escuela Superior de Musica Reina Sofia em Madrid, sob orientação dos professores Enrique Pérez Piquer e Michel Arrignon.

 

“não há sistemas de incentivo para os jovens em início de carreira”

 

“Não é fácil ser-se músico em Portugal! Não temos mercado para todos e as novas gerações simplesmente não têm oportunidades. As orquestras estão praticamente preenchidas e não há sistemas de incentivo para os jovens em início de carreira”, aponta.

 

Uma geração que “tem imenso talento, que cada vez mais cedo atinge um alto nível artístico”. Afirma que “há músicos portugueses a ganharem bastante importância e destaque em grandes orquestras”. Porém, “estamos perante o paradigma de músicos cada vez melhores versus a escassez oportunidades”. 

 

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