Sandra Bastos
Em 2012, foi vencedor do Prémio Jovens Músicos e do Prémio Maestro Silva Pereira/Jovem Músico do Ano, tendo tocado a solo com a Orquestra Gulbenkian, e licenciou-se pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe do Prof. Pedro Muñoz. Actualmente frequenta o mestrado na Royal Academy of Music em Londres, como bolseiro da Fundação Gulbenkian e do Santander Universities UK. Colaborou com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, e integra o String Scheme da London Symphony Orchestra, trabalhando com Maestros como Vladimir Ashkenazy, Pablo Heras-Casado, Gianandrea Noseda e Bernard Haitink.
“Um culminar de muito trabalho, esforço, muita vontade e, sobretudo, da ajuda de familiares e amigos”, é assim que Ricardo Gaspar, violetista, define a distinção com o Prémio Jovens Músicos e Prémio Maestro Silva Pereira, que lhe deu a oportunidade de estudar na Royal Academy of Music, em Londres, como bolseiro da Fundação Gulbenkian.
“É uma instituição de ensino de topo mundial, com um ambiente de trabalho fantástico. O envolvimento que a escola tem com a Londres cultural e musical oferece condições muito boas para o desenvolvimento de um jovem músico”, destaca. Além disso, viver na capital do Reino Unido traz outras vantagens: “o encontro sucessivo de várias personalidades em Londres dá aso a grandes oportunidades de aprendizagem. Isto sem contar que eles têm muito mais tradição ao nível da música erudita do que Portugal”.
O futuro é uma incógnita. Para já, Ricardo está concentrado no mestrado, no presente, mas sem medo das hipóteses que o amanhã possa trazer: “Irei para onde a minha carreira me levar. Se tiver que me mudar para outro país fá-lo-ei!” E não precisou de esperar pelo futuro para fazer música noutros países, “conhecer novas caras, contactar com músicos fantásticos, tocar sob a direção de grandes maestros, em grandes salas europeias”. O Jovem Músico do Ano 2012 já fez isso tudo na Orquestra de Jovens da União Europeia (European Union Youth Orchestra), onde esteve no último Verão: “toquei pela primeira vez uma sinfonia de Mahler e de Bruckner e o "Pássaro de Fogo" de Stravinsky. Foi também com esta orquestra que toquei no Concertgebouw de Amesterdão e na Konzerthaus de Berlim! Um programa que me marcou especialmente foi ter trabalhado com Gianandrea Noseda, peças incríveis como o "Assim falou Zaratrusta" de Richard Strauss e a "Feste Romane" de Respighi.”
Portugueses cada vez mais internacionais
O percurso brilhante de Ricardo Gaspar não é, felizmente, exemplo único, como o próprio o reconhece: “a verdade é que, cada vez mais, temos músicos a sobressaírem-se no panorama internacional. Portugueses a entrarem em importantes escolas de topo mundial e a destacarem-se como os melhores alunos, a ganharem lugares de relevo em grandes orquestras europeias, resumindo a saírem do país e a serem reconhecidos por serem muito bons no que fazem”.
O segredo parece estar no trabalho, estudar muito sim, mas também ouvir muita música e “buscar inspiração nas grandes obras dos grandes mestres. Isso é que faz com que tudo valha a pena.”